A criação do voleibol ocorreu em 1895, nos Estados Unidos da América, por William George Morgan – diretor de educação İsica da ACM (Associação
Cristã de Moços de Massachusetis). O objetivo principal de Morgan, para a modalidade a qual deu originalmente o nome de ‘Mintonetie’, era a criação de um
esporte sem contato físico entre os oponentes, visando a não ocorrência de lesões físicas, provocadas por choques entre pessoas, principalmente no público de
idade mais avançada.
O voleibol é um dos esportes mais populares no país. Acredita-se, atualmente, que está entre os três esportes mais apreciados nacionalmente (atrás do
futebol e em um nível semelhante ao futsal). O fato de o Brasil ter duas das melhores seleções de todos os tempos, com resultados expressivos nos últimos anos
– tanto dos homens quanto das mulheres –, contribui para essa popularidade.
Esse esporte oferece uma versão para pessoas com deficiência: o voleibol sentado. Sua origem se deu na Holanda, em 1956, quando houve a fusão do
voleibol convencional e o sitzbal (esporte alemão que não tem a rede, praticado por pessoas com mobilidade limitada e jogam sentadas). Na modalidade, podem
competir amputados, paralisados cerebrais, lesionados na coluna vertebral e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora (sequelas de poliomielite, por
exemplo). Desde 1980, o esporte foi incluído nos Jogos Paralímpicos de Arnhem, na Holanda. O Brasil estreou na disputa em Beijing, em 2008.
De acordo com a lógica interna da modalidade, trata-se de um esporte com interação entre adversários, pois as ações de ambas as equipes têm relação
– interferindo e sofrendo interferência – com o adversário (é importante não confundir interação com o adversário com contato físico). Quanto à forma de
colaboração, é coletivo à medida que é disputado em equipe. No que se refere ao tipo de esporte, faz parte do conjunto das modalidades de rede divisória ou
rebote contra parede, juntamente com o tênis de mesa, por exemplo. Em um primeiro momento, pode parecer estranho um esporte praticado em uma quadra,
havendo o contato dos membros superiores com a bola, fazer parte da mesma família de outro que utiliza raquetes e é disputado em uma mesa. Porém, a
lógica de funcionamento e o objetivo das modalidades com essa característica são os mesmos: ‘[...] colocar arremessar/lançar um móvel em setores onde o
(s) adversário (s) seja (m) incapaz (es) de alcançá-lo ou forçá-lo (s) para que cometa (m) um erro, servindo somente o tempo que o objeto está em movimento’
(GONZÁLEZ, 2006, p. 117).
Esse esporte se caracteriza pela constante mudança das equipes nos papéis de ataque e defesa. A velocidade da dinâmica do voleibol torna necessária
uma rápida e eficiente leitura da situação do jogo (espaços livres na quadra, posição dos companheiros, posição dos adversários na quadra, etc.), para conseguir
escolher as melhores ações mais adequadas para cada momento. Dito de outra forma, trata-se de um rápido processo mental em que o jogador precisa captar/
analisar todas as informações relevantes para sua ação, decidir o que fazer entre as várias alternativas e, finalmente, efetuar os gestos motores adequados para
atuar de forma eficaz. Várias vezes esse processo acontece em milésimos de segundos.
2. Alguns elementos do desempenho esportivo do voleibol
Os jogadores de voleibol, à medida o esporte é coletivo com interação entre adversários, são influenciados pelo conjunto dos elementos do desempenho
esportivo. A atuação desses elementos – uns com maior influência do que outros, dependendo de cada partida – condicionam o desempenho dos atletas e das
equipes.
Desses elementos, a técnica presente no voleibol corresponde à forma de executar os gestos motores do saque, da manchete, do toque de dedos, da
cortada, da largada/pingada, do bloqueio, do peixinho/mergulho, entre outros. A execução correta desses movimentos é muito importante para a práƟca desse
esporte. A própria característica da modalidade, que necessita manter a bola no ar sem agarrá-la, condiciona essa necessidade de execução dos movimentos
proficiente. Todavia, é fundamental ter ciência que os gestos técnicos mencionados, correspondem à última parte de um complexo processo cognitivo que ocorre
em cada jogador. Por esse motivo, entre outros, é essencial não desvincular o ensino da técnica, da dimensão tática. Torna-se importante compreender os gestos
motores como respostas para os problemas que surgem durante as partidas.
O voleibol é um dos esportes em que as combinações táticas ocorrem com maior frequência. Normalmente em quase todas as situações, ofensivas e
defensivas, é possível observá-las. Como combinações táticas de ataque podem ser apontadas: bola de tempo frente, de tempo atrás, meia bola, chute de meio e
dismico. Por outro lado, a cobertura de ataque, o bloqueio duplo e a cobertura do bloqueio são exemplos de combinações táticas de defesa.
Um desses relevantes elementos é o sistema de jogo, que diz respeito ao posicionamento dos jogadores na quadra, para atacar ou defender. No voleibol
alguns sistemas podem ser utilizados: 6:0, 4:2 simples, 4:2 invertido ou com infiltração e 5:1. Desses, o 6:0 costuma ser o primeiro sistema ensinado, por ser o mais
simples. Nele, todos os jogadores passam pela função de levantador (será levantador o jogador que estiver na posição 3), atacante e defensor. Por outro lado, o
5:1 é um sistema mais elaborado, sendo o mais utilizado pelas grandes equipes atualmente. Com apenas um levantador, esse sistema utiliza os demais jogadores
na execução de jogadas de ataque. Assim, o sistema passa a ser um dos mais ofensivos que existe no voleibol, uma vez que utiliza, além dos atacantes que estão
próximos à rede, os jogadores que estão na defesa e podem atacar atrás da zona de frente.
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